Efluentes com Enfoque Ambiental

By Guilherme Castanho e Eduardo de Col

Introdução:
A palavra efluente significa aquele que flui. É qualquer líquido ou gás gerado nas
diversas atividades humanas e que são descartados na natureza.
Depois de entendido a definição de efluente, é necessário saber o ponto de vista
sanitário. O conceito de qualidade de efluentes é um pouco mais amplo do que do ponto
de vista quantitativo, pois podemos afirmar que a qualidade de determinado efluente é
função das condições naturais (como as chuvas) , na ocupação do solo na bacia
hidrográfica pelo homem (como despejar impurezas por atividades domésticas ou
industriais, ou de forma dispersa como os pesticidas) e, na utilização do efluente antes
de ser tratado.
Com esses exemplos, é possível notar que a qualidade do efluente está
diretamente relacionada com o uso que se faz dele, e que as características do efluente
são mudadas com seu uso.

Legislação:
Essas são as principais leis que regem o tratamento correto de efluentes:

  • Resolução n. 357, de 17 de março de 2005, do Conselho Nacional do Meio Ambiente
    (BRASIL, 2005). Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes
    ambientais para seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de
    lançamento de efluentes;
  • Resolução n. 396, de 3 de abril de 2008, do Conselho Nacional do Meio Ambiente
    (BRASIL, 2008). Dispõe sobre a classificação e diretrizes ambientais para o
    enquadramento das águas subterrâneas;

Parâmetros de qualidade do efluente:
Os parâmetros físicos são aqueles relacionados principalmente com o aspecto
estético. São alguns parâmetros físicos: a cor, a turbidez, o sabor, o odor e a temperatura.
Além dos parâmetros físicos, precisamos também estudar os parâmetros
químicos que correspondem aos índices mais importantes de caracterização da
qualidade de um efluente.
São alguns parâmetros químicos: potencial Hidrogeniônico (pH), alcalinidade, acidez,
nitrogênio, fósforo, oxigênio dissolvido, matéria orgânica, micropoluentes inorgânicos,
micropoluentes orgânicos.

Tipos de tratamentos para efluentes:
O tratamento de efluentes engloba duas áreas, o âmbito industrial e o âmbito
doméstico. Em algumas áreas, temos etapas que devem ser mais prestigiadas do que
outras ,mas isso possui uma ênfase maior para o tratamento de efluentes na área
industrial, pois devido ao fim que será dado para esse efluente, temos que tomar
cuidados para evitar contaminação e poluição, pois muitos desses efluentes pode
conter, óleos diversos, entre outros. Por isso a existência de legislações que visam
garantir mais segurança para a população e os fins adequados para tal.
O tratamento de efluentes para áreas domésticas tratam de edifícios que
possuem banheiros e cozinhas como casas, edifícios comerciais, e etc, com o intuito de
higienizar esses efluentes, geralmente, para algum tipo de reuso. Muitos podem prover
de áreas comerciais, mas não podem ser classificados como indústrias, por não
possuírem certas especificações, que são exigidas pela legislação, o cuidado
adequado. Para as áreas que são classificadas como industriais, esse tratamento pode
ser personalizado, pois para diferentes áreas, esses efluentes passam por diferentes
processos exigindo tratamentos específicos. existem muitas empresas que
personalizam esse tratamento de acordo com o uso da indústria.
Devido à grande importância no cuidado com os efluentes, alguns meios para o
tratamentos podem ser nomeados. Tais são os tratamentos físicos, químicos, biológico
e algumas opções mais avançadas como membranas de ultrafiltração, osmose reversa
e tratamento por UV. Esses tratamentos são os mais conhecidos pela sua eficiência
considerável. Assim, serão abordados dois exemplos muito comuns, tanto no âmbito
doméstico, quanto no industrial.

Tratamento de esgoto:
Os esgotos sanitários gerados nas atividades diárias de uma cidade são
lançados na rede coletora de esgotos e, por esta, são encaminhados para a Estação de
Tratamento de Esgotos (ETE) para que passem pelos devidos tratamentos. Na ETE, os
esgotos sanitários são encaminhados para tratamento preliminar, primário, secundário e
eventualmente terciário, respectivamente.
O objetivo do tratamento preliminar é a remoção de sólidos em suspensão
grosseiros como material de maior dimensão e areia e a medição de vazão.
O tratamento primário é a remoção de sólidos em suspensão que são passíveis
de sedimentação em unidades denominadas decantadores primários. Os decantadores
primários são unidades de tratamento nas quais os sólidos sedimentáveis são
separados da fração líquida pela operação unitária de sedimentação. A operação
unitária de sedimentação é denominada discreta, e nela, as partículas se depositam no
fundo do decantador, mantendo sua forma, volume e peso inalterados.
Após o tratamento preliminar e primário, os esgotos sanitários são
encaminhados para o tratamento secundário, que tem como objetivo a remoção de
matéria orgânica medida como DBO em suspensão, DBO em suspensão finamente
particulada e DBO solúvel. Essa remoção é feita pela atividade biológica de bactérias,
fungos, protozoários, entre outros organismos.

O objetivo do tratamento terciário é a remoção de nutrientes, organismos
patogênicos, compostos não biodegradáveis, metais pesados, sólidos inorgânicos
dissolvidos e sólidos em suspensão. As unidades que compõem esse nível de
tratamento podem ser quaisquer unidades vistas no Tratamento Secundário, desde que
elas removem os poluentes previamente citados.

Tratamento de efluentes agrícolas:
Como as práticas pecuárias são muito importantes para o meio ambiente, o
tratamento de seus diversos efluentes tendem a minimizar esses grandes impactos no
meio ambiente. Como as irrigações, lavagens de equipamentos utilizados na indústria
agrícola, manejo de animais e a produção de alimentos são exemplos que necessitam
de tratamento adequado.
Diante de uma grande escassez de água potável em áreas rurais, estudos para
a reutilização de efluentes domésticos para tais áreas mostram-se um meio muito viável
que causará menos impactos ao meio ambiente, saciando as necessidades da prática
pecuária, que abastece uma grande diversidade de alimentos para o mundo. Mas toda
essa escassez se dá devido à ausência de tratamento desses efluentes.
Vale ressaltar, que efluentes tratados da área agrícola não são necessariamente
líquidos, muitos desses despejos ocorrem de forma gasosa, como a emissão de gases
poluentes para a atmosfera.
Tendo o Brasil como um forte produtor agrícola, a adoção de práticas
sustentáveis se torna cada vez mais necessária, a falta de tratamentos para resíduos
agrícolas têm forçado a busca de ampliar, de forma mais econômica e sustentável, seu
tratamento. Porém, a agropecuária ainda não é o único problema com efluentes no
Brasil, diversas áreas com o descarte incorreto de efluentes em rios, poluição causada
por grandes indústrias (de diversas áreas comerciais) e a mineração, ainda são os
maiores vilões do meio ambiente.

Conclusão:
Os impactos ambientais podem ser minimizados com o tratamento correto dos
dejetos domésticos e industriais. As legislações são bons meios de pressionar o uso
tratamento adequado de efluentes, mas ainda é algo a ser melhorado e estudado. Tipos
de tratamentos modernos e mais eficazes já estão sendo colocados em prática em
diversas indústrias e residências. Porém, uma grande parte da população mundial sofre
com a ausência de saneamento básico, sendo o Brasil um principal exemplo.

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