Cosméticos: Como desenvolver a partir do zero?

By Marketing

A indústria de cosméticos

A indústria de cosméticos é sem dúvidas muito expressiva no Brasil, devido à nossa grande diversidade, este mercado possui muitas áreas de atuação. Além disso, é destaque mundialmente, sendo o 4° maior mercado de produtos de beleza e cuidados pessoais do mundo. Quando falamos de fragrâncias o país ocupa o 2° lugar no mundo, segundo provedor de pesquisas de mercado Euromonitor International relativos aos dados de 2018. 

Quando se deseja desenvolver um cosmético do zero, alguns parâmetros importantes devem ser considerados para que sua produção ocorra dentro das normas exigidas pela  RDC 48/2013 e com a qualidade que o consumidor almeja. É com isso em mente que listamos abaixo tudo o que você precisa saber para iniciar a fabricação de cosméticos.

O que é um cosmético?

De acordo com a Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) 211/2005 cosméticos são: 

 “preparações constituídas por substâncias naturais ou sintéticas, de uso externo nas diversas partes do corpo humano, pele, sistema capilar, unhas, lábios, órgãos genitais externos, dentes e membranas mucosas da cavidade oral, com o objetivo exclusivo ou principal de limpá-los, perfumá-los, alterar sua aparência e/ou corrigir odores corporais e/ou protegê-los ou mantê-los em bom estado”

Documentação necessária

A produção de cada cosmético varia de acordo com sua classificação de toxicidade e área externa do corpo na qual atua, mas todas devem seguir as normas estabelecidas pela RDC 48/2013 da ANVISA. Portanto, conhecer tais exigências é o primeiro passo para iniciar uma fabricação nesse meio. 

Essa lei estabelece critérios de fabricação de cosméticos nos quesitos instalações, métodos, processos e sistemas e controles. Todos devem estar adequadamente regularizados para garantir a qualidade da produção perante a ANVISA.

O termo Garantia de Qualidade, bem como Controle de Qualidade e Boas Práticas de Fabricação (BPF) estão relacionados com a Gestão da Qualidade.

Os princípios da gestão de qualidade se baseiam na garantia da qualidade da produção por parte de todos os membros da empresa e na implementação e documentação de um sistema de gerenciamento de produção.  

Matéria-prima necessária

Cada cosmético tem sua particularidade, mas as substâncias utilizadas como matérias primas devem estar registradas na ANVISA. 

Além disso, devem-se levar em consideração muitos critérios para a decisão de quais substâncias vão constituir os cosméticos, tais como: origem (sintética ou natural), qualidade, logística de entrega, vida útil, disponibilidade no mercado, possibilidade de substituição em caso de falta e impacto ambiental que a substância causa.

Essas matérias-primas são divididas em basicamente três categorias: 

  • Os excipientes, produtos inertes com a função de alterar a consistência do produto. Alguns exemplos são: Aglutinantes, Adoçantes, Diluentes, Lubrificantes, Corantes, Flavorizantes e Aromatizantes. 
  • Os princípios ativos, que de fato alteram as funções do cosmético e devem estar em quantidades bem controladas pela norma. Entre os princípios ativos usados nos cosméticos há muitas substâncias naturais, como: Amêndoa, Argan, Geleia real, Lavanda, Lúpulo e Ácido Ferúlico.
  • As essências, corantes e pigmentos, que também são inertes mas devem ter sua aplicação bem controlada. O interessante é que o surgimento dessas substâncias foram produtos naturais, como a essência de flores e corantes como colorau ou canela. Com o avanço das tecnologias, passou-se a produzir e criar o que encontramos na natureza sinteticamente em laboratório. 

Produção de cosméticos

No geral, o processo produtivo de cosméticos não varia muito. Ele tem como material principal um reator, onde a matéria-prima é adicionada e agitada em diferentes parâmetros físico-químicos-como temperatura, pressão e tempo de agitação. Eles variam de acordo com a necessidade do fabricante a respeito da homogeneidade e viscosidade da mistura. 

Controle de microrganismos

Outro procedimento comum é o de controle de microrganismos. Esse ocorre para substâncias que levam água em sua composição e, portanto, podem favorecer a proliferação de alguns microrganismos que prejudicam a vida útil do cosmético. 

O controle pode ocorrer ao longo do processo, com o aquecimento da mistura (pasteurização), ou no final dele, com a adição de conservantes como o parabeno, por exemplo. 

Em cosméticos de bases totalmente oleosas esse procedimento já não é necessário.

Degasagem

Para evitar o desperdício de produto, alguns cosméticos ainda passam por um processo de degasagem, que consiste na aplicação de vácuo, seja para evitar a presença de oxigênio na produção (o que pode alterar o pigmento de algumas substâncias), ou para evitar a formação de bolhas em cosméticos líquidos, garantindo o rendimento do processo.

Cristalização

Já alguns cosméticos sólidos, como hidratante labial e batom, podem passar por uma etapa de cristalização, ou seja, de solidificação por choque térmico. Isso garante a maior homogeneidade do processo de secagem no molde.

Estudo das embalagens

Por último, é importante fazer um estudo das embalagens de melhor resistência, versatilidade e sustentabilidade (como as recicláveis ou biodegradáveis). Esses pontos variam de acordo com as prioridades do fabricante e com as características do cosmético que irá preenchê-la.

Mas uma boa embalagem pode trazer resultados de aumento de consumo pela sua estética e facilidade de aplicação do produto. Por isso, é importante que se dê uma atenção nesse quesito. 

É inevitável pensarmos em cosméticos sem pensarmos na água, já que em muitos produtos ela está presente em grande quantidade. Por isso, em muitas produções usa-se água destilada de alta qualidade, evitando a interação com as outras componentes. Portanto, ao iniciar a produção de um cosmético é essencial conhecer a faixa de qualidade necessária da matéria prima.  

Produção de cosméticos naturais

Por que produzir cosméticos naturais?

Antigamente, um cosmético de qualidade era aquele que causava um benefício estético a quem o utilizava. Mas hoje em dia esse conceito mudou.

Os critérios do consumidor para a compra de um cosmético levam em consideração o nível de impacto ambiental do produto, além de benefícios (ou não prejuízo) à saúde humana. Por isso, as indústrias que fabricam cosméticos naturais vêm ganhando visibilidade entre os consumidores. 

De acordo com um estudo da Grand View Research, este mercado, a nível global, deve atingir o valor de 48 bilhões de dólares até 2025.

Como funciona? 

Uma das certificações conhecidas para isso é a EcoCert; essa garante que um cosmético natural tenha pelo menos 95% de seus ingredientes de matéria natural. Além disso, existem algumas substâncias que não permitidas como os parabenos e petrolatos, que usados em excesso podem causar alergias, envelhecimento precoce e até alterações hormonais.   

Variedades do Mercado   

Cosméticos orgânicos: são os que usam apenas matérias-primas    certificadas como orgânicas, isto é, sem adição de químicos ou fertilizantes.  

Cosméticos veganos: são aqueles que não utilizam matérias-primas de origem animal, nem são testados em animais. Vale lembrar que estes não são necessariamente naturais, já que podem conter insumos sintéticos. 

Cosméticos cruelty free (livres de crueldade): são cosméticos que não fazem testes em animais durante sua produção. Estes testes têm sido duramente criticados, logo este mercado só tende a crescer e ganhar a simpatia dos consumidores. 

Agora que você já sabe sobre o que é importante na produção de um cosmético, que tal investir em sua própria produção?  Fale com um consultor para saber como a CONSEQ pode te ajudar!  

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