Já ouviu falar sobre tratamento de efluentes mas ainda não sabe ao certo quais parâmetros são avaliados?
O tratamento de efluentes nada mais é que uma série de processos físicos, químicos e biológicos para eliminar contaminantes presentes no efluente, com o objetivo de obter uma água limpa. Esse processo pode variar de acordo com os agentes poluentes e a quantidade dos contaminantes.
Algumas substâncias presentes nos efluentes apresentam propriedades tóxicas, irritantes e/ou corrosivas. Elas podem causar problemas, não só no sistema aquático em que são despejadas, como também um problema de saúde pública. Dentre essas substâncias estão, por exemplo, os metais pesados.
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Visto isso, visando a redução dos danos ambientais que podem ser ocasionados pelo descarte incorreto dos efluentes líquidos industriais, existem legislações que determinam condições e parâmetros para que o efluente a ser descartado não apresente os riscos citados acima, devendo ser alcançados durante o tratamento.
Neste artigo, você pode conferir quais são esses parâmetros e o que eles determinam!
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Existem legislações que determinam os parâmetros que os efluentes devem se adequar no tratamento, podendo citar as principais como:
Resolução 357/2005, do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), a qual dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências; e a Resolução 430/2011, que complementa a anterior.
Além disso, há também a Portaria Nº 256 DE 16/09/2013 do Instituto Ambiental do Paraná (IAP). Ela aprova e estabelece os critérios e exigências para a apresentação da declaração de carga poluidora no Paraná.
As variações de temperatura superficiais são normais, visto que são influenciadas por diversos fatores naturais, como período do dia, latitude, altitude, estação do ano e profundidade.
No entanto, a elevação de temperatura com corpo d’água geralmente é provocada por despejos industriais, principalmente em usinas termoelétricas.
As condições de lançamento dos efluentes determinam que a temperatura dos mesmos devem ser inferior a 40ºC. Mas certifique-se que a variação da temperatura do corpo receptor não exceda 3ºC no limite da zona de mistura.
A turbidez trata-se do grau de atenuação de intensidade que um feixe de luz sofre ao atravessar uma amostra de água, causada devido à presença de sólidos em suspensão, como por exemplo areia, argila, algas e bactérias.
Portanto, quanto maior for a quantidade desses sólidos, maior será a turbidez. A alta turbidez tem como consequência a redução da fotossíntese das algas presentes no meio aquático, afetando tanto o uso doméstico, como o industrial.
Trata-se da quantidade necessária de oxigênio para a oxidação da matéria orgânica por decomposição microbiana aeróbia.
Para determinar seu valor, considera-se a quantidade de oxigênio consumido durante um determinado período de tempo. Geralmente, a referência utilizada para este parâmetro se dá por um período de cinco dias, numa temperatura de incubação de 20ºC.
O aumento de DBO num corpo d’água é provocado por despejos de origem orgânica, e se o teor for relativamente alto, há a possibilidade de resultar na completa remoção do oxigênio na água, levando ao desaparecimento de peixes e outras formas de vida aquática. Além disso, um elevado valor da DBO pode indicar a presença de sabores e odores desagradáveis
Em 5 dias a 20ºC, determina-se um máximo de 120 mg/L. Pode-se ultrapassar esse limite apenas se o sistema de tratamento possuir uma eficiência de remoção mínima de 60% de DBO.
A DQO também se refere à quantidade de oxigênio necessária para a oxidação da matéria orgânica, mas, diferentemente da DBO, através de um agente químico.
Juntamente com a DBO, trata-se de um parâmetro muito útil para analisar a biodegradabilidade dos despejos. Como na DBO mede-se apenas a fração biodegradável, quanto mais este valor se aproximar da DQO, significa que mais biodegradável será o efluente.
Assim, a DQO mostra-se como um parâmetro muito eficiente e indispensável no controle de sistemas de tratamento anaeróbios de esgotos sanitários e de efluentes industriais, é também na previsão das diluições das amostras na análise de DBO.
É um parâmetro de extrema importância visto que possui influência direta sobre a fisiologia das espécies, pois em determinados valores de pH, os elementos químicos tóxicos podem precipitar, além de afetar na solubilidade dos nutrientes.
Ademais, durante o tratamento dos efluentes, o pH pode sofrer diversas alterações, como a acidificação, que resulta do decréscimo do pH do lodo, produção dos ácidos orgânicos voláteis por bactérias acidificadas, e os processos como floculação, coagulação e tratamento pela cal que são dependentes.
A legislação determina que os valores de pH estejam entre 4 e 7.
A presença de bicarbonatos, carbonatos, sulfatos ou cloretos de cálcio e magnésio dissolvidos na água causam sua dureza, podendo acarretar em problemas de corrosão de canos e de componentes elétricos.
A poluição das águas superficiais devido à atividade industrial é pouco significativa com relação à dureza, estando mais ligada à passagem das águas pelo solo (dissolução da rocha calcária pelo gás carbônico da água).
O ideal é que o valor deste parâmetro não ultrapasse 500 mg/L.
São substâncias orgânicas de origem mineral, vegetal ou animal, caracterizadas por hidrocarbonetos, gorduras, ésteres, entre outros, que encontram-se nas águas devido aos despejos industriais, como de refinarias e frigoríficos.
Tratam-se de um fator negativo quando encontrados no meio ambiente, visto que, além de problemas na aparência da água, impedem a transferência do oxigênio da atmosfera para a água.
Outrossim, são responsáveis por elevar a DBO e DQO, sendo permitido no máximo 20 mg/L de óleos minerais e até 50mg/L de óleos vegetais e gorduras animais.
Refere-se à concentração de sólidos na amostra, tanto suspensos, quanto decantados, que deve ser nula.
As bactérias podem afetar a qualidade da água por desativar reagentes ou alterar substratos por ação enzimática, sendo analisadas pelos seguintes parâmetros:
Definidos como microrganismos do grupo coliforme capazes de fermentar a lactose a 44-45°C, sendo representados principalmente pela Escherichia coli e, também por algumas bactérias dos gêneros Klebsiella, Enterobacter e Citrobacter. Dentre esses microrganismos, somente a E. coli é de origem exclusivamente fecal.
Os coliformes termotolerantes não são indicadores de contaminação fecal tão bons quanto a E. coli, mas seu uso é aceitável para avaliação da qualidade da água. Segundo a legislação, não deve exceder-se o valor de 200 coliformes termotolerantes por 100 mililitros em 80%.
As cianobactérias apresentam riscos de produzir toxinas com efeitos adversos à saúde. Por isso, sua densidade não deve ultrapassar o valor de 20.000 cel/mL ou 2 mm3/L.
Portanto, esses parâmetros são essenciais para assegurar a qualidade do tratamento dos efluentes e assim, garantir que estejam adequados para o destino final, de forma que não causem problemas maiores como a contaminação das pessoas e do ambiente.
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