A Importância da Inovação na Indústria Química para a Sustentabilidade Ambiental

By Giuliana Cesca e Gabriel Verga

Como as inovações em processos químicos podem contribuir para práticas mais sustentáveis

A sustentabilidade ambiental é essencial para garantir um futuro mais verde e equilibrado. Na indústria química, práticas sustentáveis- como a inovação verde- a gestão eficiente de resíduos e as certificações ambientais, estão transformando o setor. Descubra como essas iniciativas estão moldando um mundo mais consciente e responsável!

O que é sustentabilidade ambiental?

É um dos três pilares que compõem o conceito de sustentabilidade, além da sustentabilidade social e econômica.

O conceito é sustentado pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) https://brasil.un.org/pt-br/sdgs, apresentados no Relatório de Brundtland (Nosso Futuro Comum) na Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento da ONU em 1987.

Esse relatório traz a definição de desenvolvimento sustentável como:

Sendo assim, a busca pela sustentabilidade ambiental é a busca pela harmonia entre o uso dos recursos naturais e a sua permanência para as próximas gerações.

Mas como isso é feito?

A prática da sustentabilidade ambiental pode ser feita:

● pelos indivíduos, na adoção de novos hábitos e na escolha e consumo consciente de produtos e serviços.

● pelas empresas, ao buscar o bom uso dos recursos naturais e o menor impacto possível em todos os seus processos.

● pelos governos, na construção de políticas públicas e na boa gestão de seu território a fim de preservar sua fauna e flora.

Impacto dos projetos da CONSEQ nos ODS

Práticas sustentáveis na Indústria Química

No âmbito empresarial, as indústrias estão todas em constante evolução. Hoje, a sustentabilidade ambiental tem cada vez mais protagonismo na organização das empresas, que buscam:

● Diminuir ou acabar com a liberação de resíduos poluentes.

● Uso sustentável da matéria-prima.

● Utilizar ao máximo a energia renovável.

Os resíduos líquidos e sólidos liberados pelas indústrias contaminam o solo (podendo atingir os lençóis freáticos), rios e outras fontes de água doce. Essa água contaminada interfere nos ecossistemas, prejudicando sua fauna e flora local, além de oferecer sérios riscos sanitários às comunidades que têm acesso a ela.

Além disso, gases poluentes interferem na atmosfera gerando chuvas ácidas, corrosão da camada de ozônio e intensificando o efeito estufa (Efeito estufa e as ações humanas – CONSEQ), entre outros impactos, o que prejudica toda a cadeia produtiva (desde a matéria-prima aos consumidores finais).

Desse modo, é essencial serviços como o tratamento de efluentes (Efluentes com Enfoque Ambiental – CONSEQ) e neutralização de gases poluentes através do plantio de árvores, agindo de maneira sustentável. Os esforços de tornar os processos de uma indústria sustentáveis configuram uma cadeia de soluções.

A engenharia química é uma área qualificada para buscar alternativas às matérias-primas escassas na natureza. Uma iniciativa possível seria a diminuição do uso de substâncias tóxicas ou não renováveis. Também procurar fazer produtos que sejam biodegradáveis, facilitando o descarte e a reciclagem. Por exemplo, a extração de metais pode devastar áreas inteiras de vegetação!

A engenharia química tambem pode reduzir esses impactos ao planejar o uso dos recursos de maneira eficiente, ao buscar diminuir o uso de minerais já escassos na natureza ou ao usar processos que gerem materiais biodegradáveis. Sendo assim, deve-se aprimorar e dimensionar a cadeia produtiva para evitar o desperdício, trabalhando de maneira eficiente, implementando práticas de reciclo e possibilitando o menor desgaste ambiental.

Já utilizando recursos e energia renovável, você possibilita uma produção limpa. Reaproveitar subprodutos orgânicos para compostagem ou geração de energia são outras maneiras de utilizar recursos renováveis.

Inovação verde

A sustentabilidade ambiental deve ser interesse de todos, inclusive das empresas, uma vez que ela contribui para a competitividade delas e para a disposição dos recursos naturais necessários a longo termo.

Portanto, inovação verde é justamente a busca por ideias que possibilitem o uma melhor maneira de utilizar os recursos disponíveis de forma limpa, construindo uma boa relação entre a empresa, seus clientes e o meio-ambiente.

Consumidores conscientes buscam empresas conscientes. De modo que façam produtos recicláveis, minimizem desperdícios e poluentes. Em geral, a inovação verde é trabalhar com o senso social junto ao ambiental, criando novas práticas sustentáveis.

Gestão de resíduos químicos

Todo processo industrial gera resíduos, ou seja, compostos que sobram ou são produzidos na planta, mas não têm serventia para ela. No geral existe grande interesse das empresas em utilizar ao máximo seus subprodutos para seus processos, mas isso nem sempre é viável ou feito. Sendo assim, há um volume enorme de resíduos sendo produzidos diariamente pelas indústrias, que se forem descartados de forma inadequada, irão gerar grande risco para a saúde pública e ao meio-ambiente.

No geral, esses resíduos podem ser classificados em várias categorias, conforme sua composição e o impacto ambiental que podem gerar:

Resíduos Perigosos: Incluem materiais que possuem características perigosas, como inflamabilidade, corrosão, reatividade ou toxicidade.
Exemplos típicos são solventes, restos de tinta e pesticidas.

Resíduos Não Perigosos: Correspondem a materiais que não oferecem riscos imediatos ao meio ambiente ou à saúde humana, como papel, vidro, plástico e matéria orgânica.

Resíduos Sólidos: Envolvem materiais sólidos descartados, como metais, plásticos e vidros.

Resíduos Líquidos: Consistem em líquidos descartados, como efluentes industriais e compostos químicos líquidos.

Resíduos Gasosos: Incluem emissões gasosas de processos industriais, como dióxido de carbono, óxidos de nitrogênio e compostos orgânicos voláteis.

Portanto, fazem-se necessárias medidas para cuidar dos rejeitos, garantindo a preservação da vida e redução do impacto ambiental, e isso é amparado pela legislação brasileira: a Lei n° 12.305/2010 regulamenta a Política Nacional de Resíduos Sólidos, estabelece diretrizes relativas à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos.

Especificamente o artigo 9º da lei 12.305/2010 dispõe que “Na gestão e gerenciamento de resíduos sólidos, deve ser observada a seguinte ordem de prioridade: não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos”.

No ramo industrial, alguns documentos comprovam a origem dos produtos. Entre eles, selos e certificações indicam uma prática sustentável e ecologicamente correta. Especificamente, a ABNT ISO 14001 é a principal norma no setor químico.

Inicialmente, essa norma segue os princípios do ESG (Environmental, Social and Governance), que exigem que as empresas alcancem resultados positivos ou minimizem danos nas esferas ambiental, social e de governança. Dessa forma, as empresas buscam sempre priorizar a boa relação com o meio ambiente.

A norma ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) define os padrões que essa instituição privada, sem fins lucrativos, regulamenta por meio de normas e técnicas para os setores industriais e tecnológicos no Brasil.

A partir disso, os padrões ISO (International Organization for Standardization ou Organização Internacional de Normalização) visam trazer uma melhor dinâmica para um mercado mais interconectado, protegendo produtos e serviços, funcionários e clientes.

Entre as normas, a ISO 14001 foca na redução e no controle de impactos ao meio ambiente, no aumento do desempenho ambiental e na gestão efetiva de recursos naturais. Essa norma segue uma regulamentação que abrange desde a origem, fabricação, distribuição, consumo até o descarte do produto.

Dessa forma, investidores e clientes conscientes têm uma garantia, podendo confiar em seus produtos e gerando credibilidade em seu serviço.

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