Entenda de uma vez a importância da utilização de agrotóxicos, além das suas classificações e cuidados durante a aplicação!
Como abordamos no nosso último artigo sobre perdas pré e pós-colheita, uma das causas dessas perdas é o “ataque” de agentes biológicos, como bactérias, fungos e insetos. Essas perdas podem ocasionar um prejuízo de até 70% da produção.
Assim, amplamente utilizados na agricultura, os defensivos agrícolas, mais comumente conhecidos como agrotóxicos, são produtos químicos, físicos ou biológicos que controlam a proliferação de seres vivos prejudiciais à lavoura. Graças a esses defensivos, o Brasil se destaca na produção e exportação de alimentos, estando em 3º lugar no ranking dos países produtores, perdendo apenas para os Estados Unidos e China.
As principais formulações dos agrotóxicos, segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), são, por meio da utilização da água como veículo, pó molhável, concentrado emulsionável e a suspensão concentrada.
Estes são os ingredientes ativos, podem ainda incorporar aditivos para melhorar a função, ação, durabilidade, estabilidade ou ainda facilitar o processo de produção. Por exemplo, há os adjuvantes, produtos conhecidos e muito utilizado como aditivo, eles auxiliam no espalhamento de herbicidas sob a lavoura, auxiliando na fixação e absorção desses defensivos.
Ademais, ainda existem fórmulas para diluição em solventes orgânicos, aplicação direta, tratamento de sementes, e muitas outras!
Os agrotóxicos (pesticidas) podem se dividir em alguns tipos específicos como: inseticidas, herbicidas, fumigantes, fungicidas, acaricidas, nematicidas, formicidas e etc.. Eles atuam fortemente como catalisador do processo produtivo rural, uma vez que eles possuem uma grande variedade de substâncias químicas ou produtos biológicos e que desenvolvidos de forma a potencializar uma ação biocida.
Além disso, eles também são classificados de acordo com sua toxicidade, segundo regulamentação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), sendo divididos em algumas classes:
Essas etiquetas devem constar nos rótulos dos produtos, especificando os riscos que podem trazer à saúde. Para tal classificação, realizam-se não apenas testes relacionados a irritações na pele e nos olhos causados pela exposição aos produtos, como também estudos sobre riscos de câncer, mutações ou outras doenças graves. Uma vez que o produto apresente algum desses riscos, ele é invalidado e não pode ser registrado, muito menos comercializado.
Além da toxicidade para os animais, classificam-se os agrotóxicos de acordo com a toxicidade ao meio ambiente. São feitos testes de solubilidade em água, volatilidade, biodegradação de solos, entre outros, para classificar os defensivos agrícolas nas seguintes classes:
Essa Classificação é feita pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (IBAMA). Ainda mais, além dos testes citados acima, analisa-se o efeito desses produtos em aves, abelhas, peixes e mamíferos no geral.
No geral, um dos principais motivos para o uso de defensivos agrícolas no Brasil se dá pela tentativa de aumentar a produção, para alimentar toda a população de forma sustentável, sem a necessidade de aumentar a extensão de áreas plantadas. Isso nos dá um modelo de produção em larga escala prejudicado por pragas que facilmente se propagam, devido ao clima favorável do país.
As logísticas de aplicação de defensivos agrícolas favorecem, de forma mais eficiente, o controle e combate de doenças na lavoura, contribuindo para a boa produtividade, redução de custos de produção e facilidade no manejo de tais produtos.
Além disso, outro fator associado ao uso de agrotóxicos é a redução na demanda de recursos naturais, como água e terra, e tecnológicos, como mecanização de máquinas, para uma mesma quantidade de produtos agrícolas a serem ofertados.
Eles trazem benefícios aos consumidores finais através de um aumento na oferta e uma redução dos custos unitários de produção. Dessa forma, os produtores locais também são favorecidos através da redução nos preços desses produtos, tornando o mercado mais competitivo no bom sentido.
Entretanto, apesar de auxiliar muito na agricultura, os agrotóxicos apresentam alguns riscos e, por isso, deve-se aplicá-los com certos cuidados. Dentre eles, estão:
Não há um tipo de defensivo global, que sirva para todos os tipos de pragas, e por isso, é importante identificar qual agente biológico está atacando a plantação, para assim aplicar o agrotóxico correto. Ademais, recomenda-se analisar se o produto escolhido é o que melhor trata a plantação, variando de produto para produto.
Como exemplo disso, imagine uma lavoura de milho que está infestada de capim-amargoso, a planta daninha mais comum hoje no Brasil, e isso está afetando muito sua produção, afinal, essa planta está impedindo seu milho de se desenvolver como deveria. Por ser uma praga resistente a certos produtos, o melhor manejo neste caso é utilizar dos herbicidas pré-emergentes, como trifluralina, s-metolachlor e pyroxasulfone + flumioxazin.
Mas lembre-se, é importante que o uso seja sempre prescrito por um profissional, que neste caso seria um engenheiro agrônomo. Ele não só indicará o tipo certo do agrotóxico, mas também a dosagem necessária e as condições do solo, evitando consequências negativas para o meio ambiente e a saúde humana.
Não recomenda-se o uso de agrotóxicos como único método de prevenção às pragas nas lavouras, devido a sua periculosidade. Devem associá-los a outros métodos, mostrados na figura abaixo, no chamado MIP (Manejo Integrado de Pragas).
Neste processo, são planejadas as melhores práticas a serem realizadas em determinada plantação. Além disso, pode-se aplicar desde o tratamento das sementes, até o desenvolvimento da cultura no combate às pragas. Desse modo, é feito um monitoramento durante o ciclo de uma cultura para verificar a presença de agentes que possam prejudicar a lavoura. Com isso, determina-se a utilização ou não de um defensivo agrícola, seja ele químico, físico ou biológico.
Além dos agrotóxicos poderem ser adquiridos apenas por meio das receitas prescritas profissionais, devem ser seguidas certas recomendações do manuseio desses produtos. Primeiramente, em relação ao transporte, precisa-se estar em conformidade não só com as instruções do fabricante ou distribuidor, mas também com a legislação. Também, não deve-se colocar produtos químicos juntamente a sacos de alimentos e adubos, já que pode ocorrer um vazamento e contaminar estes sacos.
Outro cuidado importante é impedir o acesso ao local de armazenamento a pessoas que não possuem conhecimento dos procedimentos e riscos, como crianças.
Ainda, além de sempre ler o rótulo e a bula antes da aplicação, deve-se utilizar Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) durante todo o manuseio dos agrotóxicos. Esses EPIs incluem boné árabe, viseira facial, respirador, jaleco e calça hidro-repelentes, avental, luvas apropriadas e botas.
Agora que você já sabe sobre a importância dos agrotóxicos na lavoura e como aplicá-los corretamente, que tal investir na sua própria produção desses defensivos agrícolas? Fale com um consultor para saber como a CONSEQ pode te ajudar!