Saiba como realizar o processo de remoção de impurezas para devolver a água para o meio ambiente corretamente ou ainda reutilizá-la.

Antes de apresentar os passos para realizar um tratamento de água, é preciso entender o porque de ela ser importante. A água é um recurso natural essencial para a vida no nosso planeta, sendo formado por cerca de 70% dela. Sua importância está na manutenção da fauna e flora do planeta, da vida humana e na estabilização da temperatura terrestre.

A Terra possui um total de 1.358.099,876 Km³ de água, sendo 97,24% salgada e 2,76% doce. A maioria se encontra em geleiras e calotas polares, e a outra se divide entre as águas subterrâneas, por exemplo lençóis freáticos, solo, ar e rios. Entre todos os países, o Brasil é o que possui a maior quantidade de água doce, com cerca de 12%. A maior parte dessa água está na região Amazônica.

Devido a distribuição ser irregular pelo planeta, muitas vezes há o risco de escassez em algumas regiões, tornando-se imprescindível a sua conservação. Porém, apesar desse risco, ainda não há entre a população mundial, no geral, uma preocupação real com a situação agravante. Já que o contínuo descuido com desperdícios e recorrente lançamento de poluentes por fábricas, diretamente na água.

Atualmente, a emissão de efluentes industriais é um problema agravante em se tratando da poluição de rios e mares, causando um desequilíbrio no ecossistema aquático, pela emissão de toneladas de compostos tóxicos, além do risco de causar doenças devido à contaminação das águas. A partir disso, os órgãos públicos brasileiros elaboraram legislações a fim de regulamentar o descarte correto nas indústrias, surgindo assim a ETE (Estação de Tratamento de Efluentes).

Mas afinal, qual a relação entre a água e os efluentes?

Os efluentes industriais é o despejo de líquidos provenientes do estabelecimento industrial, como a água residual da lavagem de maquinários ou ainda esgotos. Nesse artigo, falaremos de todos os procedimentos necessários para se realizar corretamente o tratamento de tais efluentes, mais especificamente o tratamento de água.

Confira abaixo tudo o que você precisa fazer para realizar o tratamento de água!

Passo 1: Defina o destino final da água tratada

Os procedimentos realizados na estação de tratamento de água (ETA) são vários e dependem de duas coisas:

• a origem da água (chuva, lavagem de maquinários);
• a finalidade da água em questão (se é para descarte ou reuso).

Por isso, ter esses tópicos bem definidos auxilia para determinar corretamente os procedimentos a realizar.

Ultimamente, a reutilização da água tem se tornado cada vez mais popular, principalmente em relação à vantagem econômica e benefício ao meio ambiente. Sendo aplicada por exemplo em lava-jatos e nas indústrias em geral, comumente utilizada para lavagem de chão.

Passo 2: Verificação das legislações

Definida a destinação final da água em questão, é hora de verificar as legislações vigentes e identificar quais são os parâmetros que devem ser atendidos para que ela seja reutilizada ou descartada corretamente sem prejuízos ao meio ambiente ou riscos à saúde. Em muitos casos a água não pode ser reutilizada, sendo obrigatório o seu descarte, por conta dos padrões de qualidade determinados por órgãos públicos. Para saber mais, confira aqui quais são os parâmetros para a reutilização da água.

Em se tratando de tais legislações, existem tanto as normas brasileiras, como a ABNT – NBR 9800/1987 e CONAMA 430, quanto as resoluções regionais, dependendo do local em que a indústria está instalada. Em Maringá, por exemplo, o órgão responsável por essa área é a SANEPAR, a qual possui alguns parâmetros específicos para a região e esses também precisam ser levados em conta, além das resoluções nacionais.

Passo 3: Análises laboratoriais

Após saber quais os parâmetros necessários, recolhe-se as amostras dos efluentes, de um modo específico para que não influencie no valor final. Logo depois, encaminham para laboratórios especializados em tratamento de água, pedindo para que emitam um parecer justamente sobre os limites estabelecidos pela legislação. Nesses laboratórios, submetem as amostras a testes que são guiados pelo Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater, para verificar cor, odor, PH, e até agentes contaminantes, como bactérias.

Passo 4: Estudo dos resultados

Depois de receber o laudo com a composição da água analisada, realiza-se um estudo sobre ele e depois de comparar os resultados do laudo com os parâmetros, é possível determinar a estrutura da estação de tratamento de efluentes, para que desse modo esses valores se igualem e a água proveniente dos processos industriais se torne adequada.

É de crucial importância que sigam cada passo rigorosamente, pois uma alteração no processo pode acarretar em uma não eficiência do tratamento, e o efluente continua com impurezas prejudiciais ao meio ambiente e à saúde humana no geral. Por isso, o monitoramento deve ser realizado constantemente pela indústria, realizando-se periodicamente outras análises como descritas no passo 2.

A exemplo disso, em 2014 na cidade de Campo Grande, a Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) realizou uma pesquisa, cujo resultado apontou que mesmo havendo um tratamento de esgoto na cidade, as substâncias prejudiciais continuavam sendo lançadas no Rio Anhanduí, único que banha a cidade, o que poderia ter comprometido sua qualidade, tornando-o tóxico. Leia a matéria completa clicando aqui.

Já um case de sucesso desse tratamento é a Natura, uma grande empresa brasileira de cosméticos, que reutiliza parte da água tratada em vasos sanitários, jardinagem e espelhos d’água. Sua ETE é altamente eficiente, e estatisticamente remove 93% de óleos e graxos provenientes da produção, segundo dados publicados pela mesma. Neste documento, você pode entender mais sobre o caso.

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