Como transformar uma receita caseira em um produto escalável e seguro.
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As receitas caseiras são preparações que utilizam ingredientes, geralmente encontrados na despensa de qualquer casa. Elas se destacam por sua praticidade e por promoverem sustentabilidade, além de darem ao consumidor controle total sobre os ingredientes, o que favorece a saúde e o bem-estar.
No entanto, transformar uma receita caseira em um produto para o mercado exige a adaptação da produção artesanal para uma escala industrial. O desafio vai além de simplesmente aumentar a quantidade de ingredientes. Enquanto a receita caseira é feita em pequenas porções e sem controles rígidos, o produto industrial precisa ser reproduzido em larga escala, com qualidade constante e seguindo parâmetros de segurança alimentar.
Qual a importância de padronizar e seguir o MBPF?
Nesse contexto, torna-se fundamental aplicar práticas de controle desde a seleção das matérias-primas até o armazenamento do produto final. Para isso, é essencial adotar o Manual de Boas Práticas de Fabricação (MBPF), que estabelece normas de higiene, controle de insumos e padronização dos processos, garantindo a segurança alimentar do consumidor e a mesma experiência sempre quando comprar o produto.
Etapas para tornar uma receita caseira em um produto escalável
Revisar a receita original
Ao analisar a viabilidade de escalar uma receita caseira, é necessário ir além da avaliação do preço e da quantidade de ingredientes. É fundamental adotar uma visão estratégica sobre a formulação e o processo de preparo, identificando o que pode ser mantido e o que deverá ser adaptado para atender às exigências de uma produção em maior escala.
Adaptar o modo de preparo
A adaptação do modo de preparo representa um dos maiores desafios na transição da produção artesanal para a industrial, pois técnicas que funcionam em pequena escala podem se tornam inviáveis quando aplicadas em processos de larga escala. Por conta disso, é preciso
ajustar a textura, o sabor e a aparência do produto para continuar sendo atrativo e de boa qualidade para o cliente. Exemplos: mudança no tempo de cozimento e adição de conservantes.
Organizar o processo de produção
Os equipamentos que serão utilizados, os cuidados em cada etapa de produção e o mapeamento de todo processo, listando todas as etapas do começo ao fim, são elementos fundamentais para garantir a padronização. Além disso, essa organização contribui para a eficiência na produção, mas também para a manutenção da higiene e da segurança no ambiente de trabalho.
Segurança alimentar
Para garantir que o alimento não tenha risco de contaminação e esteja pronto para o consumo é fundamental realizar testes que garantam a segurança do produto. Para isso, é essencial contar com Programas de Pré-requisitos (PPRs), como Boas Práticas de Fabricação (BPF), Procedimentos Operacionais Padronizados de Higiene (POPH), controle de pragas, qualidade da água, calibração e rastreabilidade, que servem de base para o HACCP. Dessa forma, é importante aplicar práticas como o HACCP (Análise de Pontos Críticos de Controle), que ajudam a identificar e controlar riscos antes que eles cheguem ao consumidor.
Determinar o shelf life
Descobrir o prazo de validade fazendo testes de shelf life e simulando em diferentes formas de armazenamento para escolher a melhor embalagem para o produto. Durante esse processo, é fundamental avaliar periodicamente as características sensoriais, e realizar análises microbiológicas para garantir que não haja crescimento de microrganismos deteriorantes.
Padronização e documentação
Depois de todas as etapas serem aprovadas, é hora de transformar a receita em um produto pronto para o mercado, com fichas técnicas, procedimentos de preparo e instruções de qualidade presentes em sua embalagem, garantindo que cada lote produzido seja igual ao anterior, gerando credibilidade a marca e trazendo confiança ao consumidor. Para isso, a padronização e a documentação são essenciais, incluindo manuais de Boas Práticas de Fabricação (MBPF), Procedimentos Operacionais Padronizados (POPs), registros detalhados de produção e controle de qualidade, além de rotulagem completa e conforme as normas regulatórias, assegurando rastreabilidade, consistência do produto e conformidade legal.
CONCLUSÃO
O processo de transformar uma receita caseira em um produto escalável e seguro é um desafio que exige uma abordagem completa. É preciso seguir várias etapas: avaliar o potencial da receita, padronizar o processo, seguir as normas de segurança e otimizar a produção. Ao seguir essas etapas e manter o foco na qualidade e segurança, não apenas se cria um produto consistente e seguro, mas também se abre caminho para conquistar o mercado e fidelizar consumidores.
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