Como transformar uma receita caseira em um produto escalável e seguro. 

As receitas caseiras são preparações que utilizam ingredientes, geralmente encontrados  na despensa de qualquer casa. Elas se destacam por sua praticidade e por promoverem  sustentabilidade, além de darem ao consumidor controle total sobre os ingredientes, o que  favorece a saúde e o bem-estar. 

No entanto, transformar uma receita caseira em um produto para o mercado exige a  adaptação da produção artesanal para uma escala industrial. O desafio vai além de  simplesmente aumentar a quantidade de ingredientes. Enquanto a receita caseira é feita em  pequenas porções e sem controles rígidos, o produto industrial precisa ser reproduzido em larga  escala, com qualidade constante e seguindo parâmetros de segurança alimentar. 

Qual a importância de padronizar e seguir o MBPF? 

Nesse contexto, torna-se fundamental aplicar práticas de controle desde a seleção das  matérias-primas até o armazenamento do produto final. Para isso, é essencial adotar o Manual  de Boas Práticas de Fabricação (MBPF), que estabelece normas de higiene, controle de  insumos e padronização dos processos, garantindo a segurança alimentar do consumidor e a  mesma experiência sempre quando comprar o produto. 

Etapas para tornar uma receita caseira em um produto escalável 

  1. Revisar a receita original

Ao analisar a viabilidade de escalar uma receita caseira, é necessário ir além da  avaliação do preço e da quantidade de ingredientes. É fundamental adotar uma visão estratégica  sobre a formulação e o processo de preparo, identificando o que pode ser mantido e o que  deverá ser adaptado para atender às exigências de uma produção em maior escala. 

  1. Adaptar o modo de preparo

A adaptação do modo de preparo representa um dos maiores desafios na transição da  produção artesanal para a industrial, pois técnicas que funcionam em pequena escala podem se  tornam inviáveis quando aplicadas em processos de larga escala. Por conta disso, é preciso 

ajustar a textura, o sabor e a aparência do produto para continuar sendo atrativo e de boa  qualidade para o cliente. Exemplos: mudança no tempo de cozimento e adição de conservantes. 

  1. Organizar o processo de produção

Os equipamentos que serão utilizados, os cuidados em cada etapa de produção e o  mapeamento de todo processo, listando todas as etapas do começo ao fim, são elementos  fundamentais para garantir a padronização. Além disso, essa organização contribui para a  eficiência na produção, mas também para a manutenção da higiene e da segurança no ambiente  de trabalho. 

  1. Segurança alimentar

Para garantir que o alimento não tenha risco de contaminação e esteja pronto para o  consumo é fundamental realizar testes que garantam a segurança do produto. Para isso, é  essencial contar com Programas de Pré-requisitos (PPRs), como Boas Práticas de Fabricação  (BPF), Procedimentos Operacionais Padronizados de Higiene (POPH), controle de pragas,  qualidade da água, calibração e rastreabilidade, que servem de base para o HACCP. Dessa  forma, é importante aplicar práticas como o HACCP (Análise de Pontos Críticos de Controle),  que ajudam a identificar e controlar riscos antes que eles cheguem ao consumidor. 

  1. Determinar o shelf life

Descobrir o prazo de validade fazendo testes de shelf life e simulando em diferentes  formas de armazenamento para escolher a melhor embalagem para o produto. Durante esse  processo, é fundamental avaliar periodicamente as características sensoriais, e realizar análises  microbiológicas para garantir que não haja crescimento de microrganismos deteriorantes. 

  1. Padronização e documentação

Depois de todas as etapas serem aprovadas, é hora de transformar a receita em um  produto pronto para o mercado, com fichas técnicas, procedimentos de preparo e instruções de  qualidade presentes em sua embalagem, garantindo que cada lote produzido seja igual ao  anterior, gerando credibilidade a marca e trazendo confiança ao consumidor. Para isso, a  padronização e a documentação são essenciais, incluindo manuais de Boas Práticas de  Fabricação (MBPF), Procedimentos Operacionais Padronizados (POPs), registros detalhados  de produção e controle de qualidade, além de rotulagem completa e conforme as normas  regulatórias, assegurando rastreabilidade, consistência do produto e conformidade legal.

CONCLUSÃO 

O processo de transformar uma receita caseira em um produto escalável e seguro é um  desafio que exige uma abordagem completa. É preciso seguir várias etapas: avaliar o potencial  da receita, padronizar o processo, seguir as normas de segurança e otimizar a produção. Ao  seguir essas etapas e manter o foco na qualidade e segurança, não apenas se cria um produto  consistente e seguro, mas também se abre caminho para conquistar o mercado e fidelizar  consumidores. 

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