A corrosão é fonte de preocupação de muitos empresários e autônomos quando o assunto é a durabilidade de um material. Neste artigo, será discutido o que causa a corrosão, quais os materiais comumente afetados e os principais métodos anticorrosão adotados pela indústria global.
O que é corrosão?
Desde que o homem começou o trabalho com metais, a deterioração do material tem sido uma grande preocupação. Essa deterioração, natural ou não, é chamada de corrosão. Ainda hoje, maneiras de evitar a conhecida “ferrugem” são debatidas e pesquisadas, já que é a maior fraqueza de muitos metais.
Esse fenômeno nada mais é que uma reação físico-química que acontece entre o ambiente e o material. A partir dela, a superfície metálica fica frágil e perde durabilidade e resistência, quase que inutilizando o metal dos seus usos.
O que causa a corrosão?
Podemos listar algumas causas para ela, dependendo do tipo de reação que está sendo analisada. A corrosão química é caracterizada pela ação de um composto químico atacando diretamente o material metálico, enquanto a reação eletroquímica envolve um processo bem mais natural, podendo ser causado por água do mar, umidade e até mesmo o solo. Empresas que atuam no ramo do petróleo sofrem especialmente com o segundo tipo, muito por conta da água salgada que banha os equipamentos de extração do petróleo em alto mar.
Pode-se entender, então, que toda superfície metálica pode sofrer desgaste, mesmo que seja preparada para resistir, como o aço inox. Quanto mais exposição a condições favoráveis para tal, como áreas de muita umidade, chuva ou maresia, mais rápido ocorre a corrosão.
Da produção de aço carbono mundial, 20% dela é destinada para repor partes de equipamentos que foram inutilizadas pelo estado de degradação eletroquímica. Por isso, é importante conhecer os procedimentos para evitar a corrosão, assim como materiais anticorrosivos, para maximizar a vida útil de peças, componentes e qualquer região metalizada.
Métodos anticorrosão usados na indústria
Quando se pensa em ramos da indústria que sofrem com o mau da corrosão, um dos primeiros nomes, se não o principal, é a do petróleo. As embarcações e plataformas que operam na extração offshore, em alto mar, estão constantemente em contato com um dos grandes inimigos de qualquer metal: a água salgada. Quando o material de metal é inserido nesse meio, ocorrem reações de oxidação e redução, o que, a longo prazo, corrói o mesmo.
Como essa indústria pode se prevenir disso? Diversas pesquisas envolvendo proteção de materiais tiveram início para minimizar os efeitos das reações de oxidação, e muitos dos procedimentos para evitar a corrosão são usados nas plataformas.
Não é só essa vertente da indústria que tem essa preocupação. Empresários da odontologia e da ortopedia se preocupam constantemente com o bom estado de suas próteses e implantes, assim como nomes do transporte aéreo e ferroviário. Os principais métodos para combater essa reação são:
Revestimento: É uma técnica bastante comum e utilizada em larga escala nos mais diversos setores da sociedade. Não apenas nas indústrias, mas na construção civil, no meio artístico e mais. O revestimento atua como uma película protetora da superfície, impedindo o contato entre os agentes da reação química. Para serem classificados como eficientes, os produtos devem ser de fácil aplicação, resistentes à abrasão, impactos e flexões, serem muito pouco permeáveis e ter uma boa resistência a químicos. Dentre os tipos de revestimento populares no mercado, tem-se o metálico, o não-metálico, compósitos e tintas, como descrito a seguir.
○ Metálico: Método muito eficiente de proteção. Normalmente, um metal no estado líquido entra em contato com o outro metal que será protegido, e se solidifica ao contato. Vale dizer que a superfície que receberá a aplicação precisa estar limpa, e o ideal é que apresente uma textura rugosa, já que o que une ambos é puramente o ancoramento mecânico. O alumínio e o zinco são candidatos muito populares para serem usados como metais protetores.
○ Não-metálico: Tipo de revestimento que tem como característica a disposição ou produção da camada protetora, ao invés da adição dela em estado líquido. O material de proteção não é um metal, mas sim um material semelhante a porcelanas, vidros, cimento, óxidos e outros.
○ Compósito: Uma técnica nova na indústria, ainda não consolidada totalmente. Funciona com a aplicação de compostos cerâmicos, como fibra ou flocos de vidro na camada mais externa da região alvo. Ainda são necessários estudos para ter certeza de sua viabilidade.
○ Tinta: De longe, o procedimento mais utilizado dentre de seu tipo. É um produto líquido que seca após algum tempo de sua aplicação. Tem sua função estética, mas, quando aplicada para proteger um metal, o filme formado após sua secagem é bastante resistente à fricção mecânica e à umidade.
Inibidores de Corrosão: Substâncias diversas, orgânicas e inorgânicas, que diminuem efetivamente o poder de corrosão e reação de um agente específico. São adsorvidos pela superfície a ser protegida e criam uma camada extrafina e de grande permanência no material. Um inibidor de corrosão busca proteger o metal de dois jeitos principais. O primeiro busca impedir o contato entre a parte metálica e agentes corrosivos, como umidade, enquanto o outro tem o propósito de interromper qualquer reação eletroquímica, reduzindo a condutividade da superfície para tal.
Proteções anódica e catódica: Técnicas que têm ganhado popularidade no mundo, que são definidas por uma corrente que passa pela região a ser protegida.
○ Anódica: Esse tipo de proteção contra corrosão funciona ao interagir com os primeiros sinais de corrosão, criando um revestimento aderente e resistente à superfície afetada. Esse revestimento age como uma barreira, impedindo a corrosão de se espalhar e protegendo o material subjacente. Em resumo, ele reage com os produtos iniciais da corrosão para formar uma camada protetora durável, mantendo a integridade da superfície. O protetor anódico migra para a superfície anódica, e faz a passivação na presença de oxigênio em estado de dissolvimento. Esse método é bem escasso no Brasil, mas bastante empregado no mundo. Só pode ser aplicado em metais puros e ligas que possam se passivar.
○ Catódica: Bastante presente quando se tem previamente uma aplicação de proteção, como uma tinta, para servir como um complemento à eficiência da anticorrosão. Assim como a anódica, aqui o metal é energizado, e os protetores catódicos atuam com a alcalinidade catódica, o que produz um composto consideravelmente insolúvel. Esse composto cobre a superfície e impede diversas reações que fragilizam a estrutura. Diferente do método anterior, a proteção catódica é muito presente no Brasil, e tende a aparecer ainda mais.
Em conclusão, a corrosão, apesar de ser motivo de temor para profissionais das mais diversas áreas, pode ser prevenida a partir de vários procedimentos populares e economicamente viáveis. A maioria se resume a produzir ou aplicar uma camada fina e resistente de determinado material, que protege a superfície e impede a ocorrência de certas reações químicas. Para o empresário, resta identificar qual o motivo da corrosão na estrutura em questão, quais reações podem estar ocorrendo para a “ferrugem” e o desgaste aparecerem, e procurar o melhor método para a proteção dos materiais.
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