O que seria geração a respeito da produção de etanol?

“Geração” é um termo que quando utilizado para se referir a produção de etanol, diz respeito ao reagente que é utilizado para produção desse combustível, além disso, existem quatro gerações para a produção de biocombustível, tal como etanol. A primeira geração (EG1) é proveniente da fermentação alcoólica utilizando uma levedura,   Saccharomyces cerevisiae, tendo como matéria-prima o caldo extraído da cana por meio de moenda. A fermentação anaeróbia desse caldo rico em sacarose propicia a formação de gás carbónico (𝐶𝑂2) e o etanol, como produtos principais da reação.

Diferente do de primeira geração que utiliza apenas o caldo do vegetal utilizado, podendo ser milho, cana-de-açúcar, beterraba, entre outros. No Brasil, em virtude do clima, utiliza-se plantações de cana-de-açúcar para essa finalidade, o de segunda geração (EG2) utiliza como matéria-prima o bagaço e a palha dos vegetais. Esses componentes normalmente sobram após a extração do caldo, e normalmente são destinados para a queima em caldeiras para a produção de vapor e consequentemente geração de energia térmica para a indústria e energia elétrica, a qual é produzida em demasia e tem seu excedente comercializado. No entanto, com maquinário mais eficiente, tanto na extração das plantações, quanto em caldeiras mais eficientes na queima, proporcionaram um aumento excedente de bagaço e palha, o que potencializa recursos para potencializar a produção via essa geração.

Ao contrário do EG1, o EG2 extrai o etanol da lignina, celulose e hemicelulose presente na parede celular das plantas utilizadas. Assim sendo, o principal desafio de utilização dessa técnica é a exposição e ruptura das resistentes ligações químicas desses compostos, para que após isso, possa ocorrer a fermentação e consequentemente a produção do etanol. No entanto, com o excedente de palhas e bagaço já mencionados, vem sendo uma interessante alternativa para aumentar a produção de etanol por área de plantio, com isso, necessitando de um menor consumo de terras destinadas para a produção produtos não alimentícios, além de impactarem menos na influência de desmatamento de áreas florestadas para expansão da agropecuária. Outro ponto importante de se mencionar, é que esse tipo de tecnologia que vem sendo ainda mais estudada por engenheiros químicos, e empresas do setor privado, como a RAÍZEN, apresenta um caráter de economia circular. Haja vista possuem como principal objetivo a utilização por completo da matéria-prima utilizada, o que caminha ao encontro da EG2, visto que ela tem como objetivo utilizar as “sobras”da produção EG1, a fim de resultar em mais produto, o etanol.

Seguindo nessa linha de raciocínio, o etanol produzido a partir da terceira geração (EG3) é obtido da mesma forma que o EG2, a partir da estrutura de sustentação, parece celular, ocorrendo da mesma forma, necessitando a exposição e ruptura das ligações para viabilizar a fermentação e produção do biocombustível. No entanto, o que difere essa geração da anterior é a matéria-prima. Essa geração, EG3, utiliza como matéria-prima, algas, podendo ser tanto microalgos, quanto macroalgos. Esse tipo de geração, tem como

principal vantagem a não necessidade de utilização de terras para a produção do biocombustível, visto que podem ser produzidas em tanques ou reatores.

Por fim, mas não menos importante, a quarta geração (EG4), a qual, tal como a segunda e a EG2 e EG3, tem a produção do etanol da mesma forma. Essa geração, consiste em promover melhoramento genético das plantas e algas utilizadas, a fim de que as mesmas possuam sua capacidade de captura de carbono, propiciando um saldo negativo de carbono durante a produção de etanol utilizando-as como base do processo.

É válido ressaltar que EG2 começou a ser implantada industrialmente e ainda tem muitos desafios para serem enfrentados, tendo como base algumas dificuldades já mencionadas, no entanto vem apresentando resultados promissores. Isso pode ser melhor compreendido com o seguinte comentário mencionado pela Raízen, em que relata Projeções apontam que o etanol de segunda geração poderá ser mais viável economicamente a partir de 2025 e se igualar a produção de etanol comum em 2030.”(Raízen, 2023). Já as gerações EG3 e EG4 ainda são gerações que estão em fase de estudo laboratorial e ainda não apresentam aplicações industriais.

Se interessou pelo nosso artigo?

Potencialize suas ideias conosco!

Descubra como nossos especialistas podem transformar seu objetivo, garantindo máxima eficiência, segurança sustentabilidade.

Preencha com os seus dados e um consultor entrará em contato!
0 0 Votos
Classificação do artigo
Inscrever-se
Notificar de

0 Comentários
Mais antigo
Mais novo
Feedbacks em linha
Ver todos os comentários