O Que é Shelf Life e Como Definir a Validade do Seu Alimento
- By Marketing
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O que é shelf life de um produto
O shelf life, ou vida de prateleira, é o período durante o qual um produto pode ser armazenado e consumido com segurança, mantendo suas características sensoriais, nutricionais e funcionais dentro dos padrões estabelecidos. Esse tempo é determinado por meio de estudos que avaliam fatores como composição, embalagem, condições de armazenamento e possíveis interações com o ambiente.
O cálculo do shelf life começa a partir do momento em que o produto é finalizado e embalado, ou seja, no instante em que ele atinge sua forma final e está pronto para ser armazenado, distribuído ou comercializado. A partir daí, inicia-se a contagem do tempo durante o qual o produto mantém suas características sensoriais, nutricionais, químicas, físicas e microbiológicas dentro dos padrões de qualidade e segurança estabelecidos.
Porque calcular o shelf life é tão importante?
– Segurança do consumidor → Evita riscos à saúde, intoxicações e contaminações. -Manutenção da qualidade → Garante sabor, textura, cor, aroma e eficácia até o fim do prazo.
-Estabilidade dos ativos → Assegura que cafeína, vitaminas e outros componentes mantenham sua função.
–Atendimento às normas legais → Cumpre exigências da ANVISA e evita multas, processos e recolhimentos.
–Redução de perdas → Evita desperdício de produtos ainda bons para consumo e prejuízos financeiros.
–Otimização de estoque e logística → Permite planejar armazenamento, transporte e distribuição adequadamente.
–Definição de estratégias comerciais → Ajuda a organizar promoções, prazos de venda e canais de distribuição.
-Proteção da imagem da marca → Mantém credibilidade, confiança e fidelização dos clientes.
Fatores que afetam a shelf life de um produto
Fatores Intrínsecos
– pH → Quando se trata de pH, muitos microrganismos não sobrevivem a meios ácidos, ou alcalinos. Portanto, quando se aumenta ou diminui o pH de um produto, o meio fica menos propício ao crescimento de microrganismos e, consequentemente, à deterioração.
– Atividade de água → De forma similar ao pH, a quantidade de água presente em um produto pode também afetar sua preservação, uma vez que microrganismos dependem de água para poderem se desenvolver. Sendo assim, alimentos com baixo teor de água também demoram mais para se deteriorarem.
– Microbiota inicial → A depender da microbiota presente no produto, o mesmo pode se deteriorar mais rapidamente, visto que a microbiota é composta de microrganismos, os quais são responsáveis pelo perecimento do alimento.
Fatores Extrínsecos
– Temperatura → Quando o assunto é temperatura, tanto altas quanto baixas temperaturas podem afetar o shelf life de um alimento. Um ambiente muito quente pode acelerar algumas reações químicas que promovem a deterioração do alimento. Quando expostos a baixas temperaturas, pode haver a formação de cristais de gelo, que também podem acabar contribuindo para o encurtamento do shelf life do produto.
– Umidade → A umidade influencia tanto diretamente quanto indiretamente no tempo de prateleira de um produto. Ela pode favorecer reações químicas que podem reduzir seu shelf life. Já indiretamente, a umidade também pode afetar a qualidade do produto, alterando sua textura, por exemplo.
– Exposição à luz → Já a exposição à luz pode, além de aquecer os alimentos, também promover a alteração de alguns compostos que são instáveis em condições como essa.
– Oxigênio → A presença de oxigênio em embalagens alimentícias pode promover a oxidação do alimento, afetando assim sua qualidade e tempo de prateleira. Devido a isso, é comum que as embalagens sejam submetidas a condições gasosas controladas,
de modo que a mistura de gases preserva a qualidade do alimento por mais tempo, aumentando assim seu shelf life.
Como calcular o shelf life
Para definir quanto tempo um alimento pode ser consumido com segurança e qualidade, a indústria utiliza dois métodos principais:
Método direto (vida útil observada)
É aplicado em alimentos de curta ou média duração, como laticínios, carnes ou produtos de padaria. Nesse caso, várias amostras são armazenadas nas condições normais de consumo e acompanhadas até apresentarem sinais de deterioração. A partir desses dados, os pesquisadores conseguem estimar a vida útil média do produto e também definir um limite aceitável de perda de qualidade (por exemplo, quando 5% das amostras já não estão adequadas). Essa estimativa é feita através de um modelo matemático, chamado de “Distribuição de Weibull”, o qual permite os pesquisadores a determinarem o tempo médio até a perda de qualidade, o desvio padrão das amostras e também sua vida útil aceitável.
Método indireto (testes acelerados)
Já para produtos de longa duração, como enlatados ou snacks, esperar meses ou anos para observar a deterioração seria pouco prático. Por isso, utiliza-se o armazenamento acelerado: o alimento é mantido em condições mais severas, como temperaturas elevadas, para acelerar as reações de deterioração. Os resultados são depois ajustados em modelos que permitem prever o tempo de prateleira real em condições normais.
Através desse método, é medido como os indicadores de qualidade mudam com o tempo e relaciona a velocidade da degradação com a temperatura, estimando assim a vida útil em condições normais de armazenamento.
No fim das contas, a escolha do método depende do tipo de produto e da sua expectativa de durabilidade. O objetivo é sempre o mesmo: oferecer alimentos seguros, saborosos e com qualidade durante todo o período em que estiverem disponíveis ao consumidor
Como estender o prazo de validade de um produto
Existem técnicas utilizadas para retardar o processo de deterioração ou envelhecimentos dos produtos, algumas dessas são:
– Escolha de embalagens adequadas → Utilizar materiais que ofereçam barreira contra luz, umidade e oxigênio, preservando a integridade do produto.
– Uso de conservantes → Aplicação de conservantes naturais ou artificiais que retardam o crescimento de microrganismos e a deterioração.
– Controle de temperatura e umidade → Manter o produto em condições ideais de refrigeração, congelamento ou armazenamento seco para reduzir reações indesejadas.
– Atmosfera modificada ou vácuo → Remover ou substituir o ar dentro da embalagem para reduzir a oxidação e o crescimento microbiano.
– Tratamentos térmicos → Aplicar técnicas como pasteurização, esterilização ou ultracongelamento, que aumentam a estabilidade do produto.
– Boas práticas de fabricação e higiene → Garantir um processo produtivo limpo e controlado, evitando contaminações que possam reduzir o shelf life.
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